visto que minhas andanças noturnas estão dando o que falar, resolvi prolongar minha “viagem avaliativa ao cotidiano noturno da juventude” (noooo... gastei agora, viu?).
Semana passada, após quase ter sido linchado por hippies raivosos, alterei um pouco meus ares. Em vez de músicas regadas a tambor, procurei por muita guitarra, baixo e bateria, ou seja, fui ver o que a galera POP andava aprontando.
Resolvi ir a um pub, aqui mesmo em minha cidade e para minha alegria, o ambiente estava como sempre gostei: esfumaçado por cigarros, pessoal conversando perto dos ouvidos (por causa da música alta) e o melhor, não tinha ninguém vestido com batas e afins.
Apesar de amar locais como este, percebi logo que até alí, eu iria encontrar muita coisa para criticar. No início fiquei receoso em escrever, principalmente por causa da repercussão que meu último texto gerou. Porém, é aquela velha história: “Tá no inferno filho... abraça o capeta!”.
E como eu queria material para escrever mesmo, lá vai!
Eu realmente precisava ir a um ambiente como aquele, para perceber o tanto que essa onda “Bicho-Grilo” (apesar de ser passageira) é interessante. Pois, pelo menos esta moda é acompanhada de humildade e respeito com o próximo, coisa que em ambientes que se dizem POP não tem, já que a arrogância e a má educação predominam.
Tem gente que empurra, viciado que cheira no banheiro, bêbado que caça briga, garçom mal humorado, fora que todos os homens acham que as mulheres estão no cio. È impressionante o que fazem para convence-las a dar um beijinho aqui, outro acolá.
As cantadas vão de “Estive em um safári há pouco tempo e...”, até “Estou participando de um programa de jovens astronautas da NASA...”, simplesmente sem noção. Será que eles acham que as mulheres caem nessa? Bom... pelo menos temos que admitir que eles são criativos.
Aí, você pode até me perguntar: Mas não tem nada de bom lá não? E as bandas? Elas não são boas?
Sim, as bandas são excelentes, pelo menos quando cantam em português.
O inglês deles é horrível! Não tem nem tradução! E olha que se eu, que nem sou tão bom no inglês assim... percebi, imagina quem fala fluente? Deve até dar giriza.
Se as bandas ensaiam e passam horas refazendo acordes para tentar atingir a perfeição musical, por que não aprender a letra corretaem inglês? Pôxa... não precisam nem aprender a falar a língua natal da música, tenho certeza que uma decoreba ajudaria mais do que inventar um novo idioma.
Quer saber, aprendi muitas lições na semana passada, mas a principal delas, é que se você se tornou POP, não se tornou absolutamente nada.
ultimamente tenho freqüentado alguns ambientes em minha vida noturna, que me deixaram com uma dúvida: é impressão minha, ou estamos sendo invadidos por uma legião de Bichos-grilo?
Se for a primeira vez que escutam a expressão “Bicho-Grilo”, não se preocupem, faço questão de explicar.
O Bicho-grilo não é nenhum resultado mal feito de um cruzamento entre um intelectual da USP, um hippie da Bolívia e um capoeirista do Pelourinho.
O Bicho-grilo é oriundo do movimento hippie, ou melhor, o que restou dele. Eles são reconhecidos por nunca saberem o que é estar na moda. Eles usam batas coloridas baratas, lenços na cabeça, tomam muita cerveja, fumam um cigarrinho perfumado, colocam nomes em seus filhos como Cauê, Aritana, Stalimir ou Krishna, além é claro, de usarem um vocabulário de apenas quatro expressões: "só", "meu", "muito louco" e "tô louco pra caralho."
Porém, a invasão que descrevi no início da coluna, é de um novo tipo de Bicho-grilo.
Um tipo que também usa batas coloridas, mas pagam 10 vezes mais por elas, em butiques de shopping. Na verdade, os novos Bichos-grilo são em grande maioria, os mesmos que antes eram os Agro-boys, os Funkeiros, as Jade-girls (quem não se lembra da moda da novela O Clone).
Mas já que tudo nesta vida tem seu lado bom, pelo menos este novo modelo de Bicho-grilo ainda escuta música de qualidade.
Bandas como Cordel do Fogo Encantado e Virgílio Mais Noís, que misturam em suas músicas instrumentos percussivos com o violão de raiz, impulsionam esta “nova” moda (já que seus integrantes também a utilizam), além de levarem cada vez mais pessoas em seus shows.
Já assisti ao Cordel em uma oportunidade, além de assistir sempre que posso as apresentações do Virgílio Mais Noís (tenho que reconhecer, gosto muito do som que eles fazem), mas sei que nesse meio, aténo alternativo existe o alternativo.
Esta semana, tive acesso ao trabalho de uma banda aqui da terrinha, é daqui mesmo, do interior da alterosas e o que é melhor, o interesse desta banda é na desconstrução e questionamento deste modelo de “resgate da cultura popular”.
Ela se chama Vó Cabocla e pelo que escutei, eles fazem um som na mesma linha de Virgílio e Cordel, mas com uma grande diferença: não precisam de figurino para se apresentar.E disso eu gosto muito!
Então, se sair de casa, não assuste. Você não entrou em nenhuma fenda temporal e parou na década de 70. O que antes era estilo, passou a ser banal, já que é moda ser “Bicho-Grilo”.
estamos em época de caídas. De dólar a Zé, tudo cai neste país! Então, que tal falarmos das melhores “caídas” dos últimos tempos?
Como torcedor da esquadra celeste, não posso esquecer de mencionar a caída do Galinho das alterosas, para a segunda divisão do futebol brasileiro.
No jogo conta o Vasco, o Galinho perdeu tudo! Perdeu as esporas, perdeu a crista, perdeu a esperança e só não perdeu o jogo, porque o Romário perdeu um pênalti.
É um triste fim para nosso maior rival. Na verdade sua caída é péssimo para o futebol mineiro, que.... PERAÍ!!! O que estou dizendo? Tem nada de péssimo nisso não!
Eles fizeram por merecer. Um time que há muitos anos não tem uma estrutura administrativa descente, acabou virando um “galinheiro sem galo”, ou seja, uma verdadeira zona.
A caída do Galo tem muitos culpados, mas o principal é o próprio atleticano, que de tão arrogante, com orgulho do passado de glórias, passou anos arrotando caviar, e nem percebia que neste tempo todo comia apenas pão com salame. Talvez, se tivessem tido menos paixão, conseguiriam enxergar os erros e cobrariam mudanças antes do desastre acontecer.
Quer saber, na minha opinião de Cruzeirense, eles estão no lugar certo.
Bom, outra caída importante dos últimos tempos, foi enfim, a do Zé Dirceu. Nossa... já tinha perdido as esperanças de ver aquele mafioso tupiniquim na lama.
Por um placar apertado, 293 votos contra 192, o plenário da Câmara cassou o mandato de Dirceu e o tornou inelegível por oito anos. Resumindo, Zé Dirceu caiu para a Segunda Divisão da Política Brasileira (nem a primeira é grande coisa, imagina a segunda).
E para terminar, tenho que lhes contar sobre a maior caída de todas.
É que um mestre em artes marciais amarrou seu bilau a um caminhão e por duas vezes movimentou o veículo em um estacionamento.
Tu Jin-Sheng, 50 anos, é um dos maiores mestres do Iron Crotch, arte baseada em técnica antiga chinesa que treina as partes de baixo do corpo, ou seja, o doido pratica Pinto-Fu.
Ele prendeu o seu bilau e os testículos em uma tira de tecido e então se amarrou ao veículo.
Ele gritou e gemeu, mas começou a puxar lentamente o caminhão enquanto era filmado por um diretor e produtor de um documentário sobre o pênis, intitulado "Inveja do Pênis" (ô falta do que fazer).
O pior, é que depois desta experiência, Tu Jin-Sheng alegou em uma entrevista, que estava tendo problemas de ereção e que nem viagra resolvia. Para quem não entendeu: o bilau dele caiu!
Mas o ponto forte da entrevista que concedeu, foi a pergunta que um repórter fez a ele sobre a crise no futebol brasileiro e o que ele achava do rebaixamento.
Vocês sabem o que ele respondeu?
“O problema não é o galo cair e sim meu pinto voltar a subir”.